Uso responsável da água na irrigação

19/06/2005

O emprego responsável da água nos processo de irrigação é uma das questões a serem pensadas assim que o produtor opta pelo sistema. Em algumas regiões, a cobrança pela extração nos mananciais tem sido praticada e a idéia é expandir ainda mais esta cobrança. O trabalho no Estado de São Paulo é estudado pelos responsáveis pela Secretaria do Meio Ambiente, de Recursos Hídricos, pelas regionais das Cati (nas áreas de microbacias) e os comitês de bacias.
A tendência é que a água para este fim seja cobrada em cada uma das regiões. Hoje, a dificuldade dos produtores rurais, fabricantes e vendedores de componentes do sistema de irrigação como um todo é referente à licença ambiental e outorgas para o uso desta água, atualmente, sob responsabilidade do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e DPRN (Divisão de Proteção de Recursos Naturais).
“De maneira geral, acreditamos que chegará uma hora em que a cobrança vai atingir grande e pequenos produtores. Principalmente, para se obter um financiamento ele terá de ter a outorga para o uso da água ou estar vinculado também, de acordo com o tamanho do projeto, aos setores de preservação do meio ambiente”, explicou o vice-presidente da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação, Pedro de Oliveira Garcia.

Organização
Para o profissional a cobrança pode ser vista como uma forma de estimular a organização de todos, independente do tamanho da área a ser irrigada. Até o momento, não há no Estado de São Paulo ou qualquer outra região do País levantamentos precisos sobre quais e quantas são as áreas irrigadas. Entram em estatísticas apenas os grandes produtores que utilizam pivôs centrais.
“Como o projeto de irrigação ainda é relativamente recente, ainda existe uma certa burocracia. As secretarias e ministérios estão caminhando para que esta seja uma questão resolvida. Em casos de dúvidas sobre como proceder diante da implantação, os técnicos das casas da agricultura estão aptos a saná-las.”
A irrigação foi citada por ele como um fator preponderante par que os produtores possam vencer parte dos desafios que culminaram com as crises agrícolas, iguais a verificada neste ano. Apesar de fatores globalizados, a seca assumiu papel importante nas perdas verificadas, o que foi minimizado em extensões irrigadas.
“Podemos citar as regiões do sul do País entre outras. Não podemos nos esquecer, entretanto, que a crise deste ano foi desencadeada também por fatores externos ligados a have ou não demanda. Temos de levar em consideração ainda a taxa cambial – a queda do dólar – que desestimulou a nossa agricultura”.

Elizandra Manfrim. Diário de Votuporanga, Caderno Economia, 19 de Junho de 2005, p. A4.

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