Irrigação é tema de aula técnica para futuros agrônomos da UNESP

22/01/2005

Alunos do sétimo período do curso de Agronomia da UNESP (Universidade Estadual Paulista) Ilha Solteira passaram o último sábado, dia 15, em aula externa conhecendo na prática a teoria passada nas aulas de Irrigação do Professor Doutor Fernando Braz Tangerino Hernandez, especialista em engenharia de irrigação e coordenador da Área de Hidráulica e Irrigação da Universidade.

Acompanhados pelo Prof. Dr. Tangerino e também pelo Coordenador da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada), Sr. José Carlos Rosseti, primeiramente, os alunos visitaram as instalações da IRRIGATERRA em Pereira Barreto, empresa especialista na implantação de sistemas de irrigação, onde puderam conhecer como funciona mais um segmento do leque de opções que a Agronomia comporta, esclarecidos pelo gerente da empresa, o Engenheiro Agrônomo Marcelo Suzuki.

Na IRRIGATERRA, os estudantes conheceram todas as etapas que compõem um projeto de irrigação, que vai desde o levantamentos das condições em campo, chamados de recursos naturais, passando pela escolha dos equipamentos necessários para compor um projeto adequado a cada situação, os cálculos hidráulicos necessários e finalmente, os cuidados na montagem dos equipamentos em campo.

Já em campo, no município de Turmalina, ao discursar aos futuros agrônomos, o Engenheiro Agrônomo José Carlos Rossetti falou da importância das aulas práticas, em que os alunos podem abrir seus horizontes e ampliar seus conhecimentos e finalizou sua mensagem dizendo que “a irrigação na nossa região é a tábua da salvação”. Já o Prof. Tangerino fez uma explanação salientando que em um mercado competitivo a diferenciação entre os profissionais “está no conhecimento tácito, que é aquele adquirido a partir da interação das pessoas com a realidade” e isso só possível saindo da sala de aula, vivenciando a realidade produtiva e convivendo com diferentes profissionais.

A outra etapa da aula técnica foi conhecer um projeto de irrigação funcionando, para isso visitaram a Fazenda Santa Rita, em Turmalina. A propriedade, do Sr. Orivaldo José Barato, possui um pomar de 19 mil pés de laranja em 40 alqueires irrigados por sistema de irrigação localizada por micro-aspersão, sendo 100% automatizado, liga e desliga sozinho na hora exata da programação regulada, dispensando a intervenção direta de um trabalhador. Esta foi uma das indagações dos alunos durante a apresentação do sistema, além de questionarem sobre a vazão da água nos aspersores. Neste ponto da visita todo os esclarecimentos foram feitos pelo Gerente de Operações da IRRIGATERRA, Engenheiro Agrônomo Mauro Takao Suzuki.

A automação reduz o custo de manutenção dos pomares para o citricultor, pois não precisa manter funcionários com horas extras de trabalho no turno da noite. Segundo o Engenheiro Agrônomo Mauro Takao Suzuki, da IRRIGATERRA, tecnicamente, é possível fazer qualquer projeto de irrigação automatizado, desde pequenos jardins até lavouras de grande porte.

O Sr. Barato investiu na implantação do sistema de irrigação em outubro de 2003 após perder quase 60% da safra anterior e está satisfeito com os resultados, já que a primeira colheita irrigada lhe gerou 84 mil caixas de laranja. “A região é bem seca, sem irrigação é muito difícil produzir frutas”, conclui o citricultor.

O projeto da Fazenda Santa Rita mantém turno de rega de 21 horas, fornecendo para cada planta 120 litros/dia, ficando parado somente no horário de pico que vai das 17h30 às 20h30. Com cinco setores, o sistema funciona de forma rotativa, irrigando cada grupo de plantas por 4,2 horas/dia. O bombeamento é de 100 cavalos, com capacidade para bombear 110 mil litros/hora e é um dos projetos de irrigação localizados mais modernos da região.

Diário de Fato, Regional, 23 de Janeiro de 2005, p. 05

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