Irrigação cresce na lavoura da região

12/12/2003

Confirmando tendências anteriores, principalmente pelos extensos períodos sem chuvas, os projetos de irrigação têm ganhado novos adeptos em Votuporanga e região. A meta é aumentar a produtividade mesmo em períodos após estiagem – como a verificada neste ano que atrasou algumas culturas em cerca de dois meses.
Os agricultores que optaram pela produção de laranja são exemplos. Com o crescimento na produção, os resultados podem ser uma uma lucratividade de R$ 4,5 mil por hectare plantado. Além dos laranjais, as expectativas positivas podem ser percebidas ainda em plantações de cana-de-açucar.
Segundo informações do Coordenador da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP/Ilha Solteira, Fernando Braz Tangerino Hernandez, a irrigação da laranja, epecificamente, vem merecendo especial atenção em decorrência de uma praga denominada “morte súbita” que, uma vez instalada em uma propriedade, destrói completamente os laranjais.
Esta é considerada, porém como uma praga apenas verificada quando usado o porta-enxerto do limão cravo, que era amplamente escolhido por ser o mais resitente a secas, o que possibilita culturas mais rústicas. Agora, os novos plantios têm sido feitos com outras variedades, porém por serem menos resistentes exigem o processo de irrigação.
A maior produção e com riscos reduzidos de pragas como a “morte súbita”, tem feito com que especialistas e empresas estudem cada vez mais processos de irrigação. Um exemplo é a empresa IRRIGATERRA, especializada na elaboração de projetos e venda de sistemas de irigação. Há dez anos em Pereira Barreto, passou a contar com uma filial em Votuporanga em maio deste ano, pela ampla procura de irrigação no município e cidades da região.
Segundo o Engenheiro Agrônomo Marcelo Akira Suzuki, resposável pelo escritório local, com o trabalho de pesquisa realizado pela equipe há condições de serem elaborados projetos de irrigação específicos para cada área. Entre as questões levadas em conta estão a cultura a ser irrigada, o terreno, a quantidade de água disponível e a disponibilidade de verba e financiamento do cliente.
Segundo assessoria de imprensa da IRRIGATERRA, a filial do município já é responsável por 15 projetos de irrigação. A nova empresa atende uma região que vai de Santa Fé do Sul a Catanduva, ou seja, o Noroeste do Estado, enquanto a matriz, em Pereira Barreto, atende a região Oeste do Estado.

Processos
Uma das inovações no que se refere a culturas irrigadas é o processo localizado por meio da implantação de irrigações de micro-aspersão e gotejamento. No que se refere à cana-de-açúcar, somente o processo de gotejamento deve ser o utilizado. Nesta cultura, o sistema deve ser devidamente enterrado, por cerca de 30 centímetros, para não ser prejudicado pelas queimas adotadas nos canviais. Toda a implantação, entretanto depende de levantamentos e procedimentos técnicos apropriados.
Pelo mátodo de aspersão antigo todo o terreno era molhado. Já pelo de micro-aspersão, somente a parte de uma área é molhada. Desta forma, a entrelinha do terreno não é molhada. Uma das vantagens é que nos períodos secos não há crescimento de mato e há uma economia de água.

Citricultor aprova o trabalho de irrigação
O citricultor Reinaldo Caritá diz estar satisfeito com o aumento da produção de seu pomar de 7 mil pés de laranja. Ele investiu no sistema de irrigação por gotejamento, onde toda a área irrigada é monitorada por um controle digital.
Quanto à relação custo/benefício, o citricultor também aprova. “Meu sistema de irrigação custou cerca de R$ 12 por planta. Eu colhia em média uma caixa de laranja por pé e vendia para a indústria. Hoje, estou colhendo de 2 a 3 caixas por pé e passei a vender para o mercado. Com a produção deste ano paguei meu sistema de irrigação”, disse o citricultor, que agora, pretende implantar o mesmo sistema em 2,4 mil pés de limão e 4 mil pés de laranja que ainda não são irrigados.
Para o Engenheiro Agrônomo Marcelo Suzuki, da IRRIGATERRA, empresa resposável pela obra, o sistema de gotejamento é um dos mais indicados para a citricultura e cafeicultura. “Com este mecanismo o agricultor, utilizando um controle digital, define a hora de início e término da irrigação, a área a ser irrigada e a quantidade de água, o que gera muita praticidade evitando desperdício de água e dinheiro”, disse.
Hoje, a IRRIGATERRA completa dez anos na elaboração de projetos de irrigação. Para comemorar a confraternização acontece na sede do Clube dos Veteranos, em Pereira Barreto, cidade onde está localizada a Matriz da empresa. Mais informações pelo telefone (18) 3704-4090, com Kátia.

reinaldo procura ampliar processo de irrigação em sua propriedade

Citricultor, Reinaldo Caritá procura ampliar processo de irrigação em sua propriedade

Elizandra Manfrim.

Diário de Votuporanga, Votuporanga, Ano 50, nº 12.821, 12 de dezembro de 2003, p. 04

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