Muitos produtores rurais da região de Votuporanga estão começando a investir em uma nova técnica para melhorar e aumentar a produtividade de suas lavouras. Trata-se da implantação de sistemas de irrigação. Eles são capazes de fornecer a quantidade adequada de água às plantas de maneira que, juntamente com as demais operações agrícolas adubação, mecanização, controle de pragas e doenças contribuem de forma significativa para o aumento da produtividade das culturas, antecipando colheitas que geram preços mais competitivos no mercado.
Antigamente muitos produtores perdiam safras inteiras por dependerem da boa vontade da natureza que nem sempre colaborava e quando chegava a época da colheita só prejuízos para o produtor – ou chovia demais, ou a seca intensa prejudicava as plantações. Hoje, para plantar e obter resultados satisfatórios novas tecnologias trabalham a favor do empresário rural.
No momento em que os preços pagos pela caixa de laranja diminuíram, muitos citricultores estão percebendo que para se manter na atividade com bons lucros, é fundamental o aumento da produtividade. Neste sentido, o Engenheiro Agrônomo Marcelo Akira Suzuki da IRRIGATERRA lembra que o uso da irrigação é fundamental neste processo, especialmente porque existe a possibilidade de dobrar a produtividade dos pomares com o uso adequado dos equipamentos de irrigação.
Para o Coordenador da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira, Prof. Dr. Fernando Braz Tangerino Hernandez, é cada vez mais difícil manter altas produtividades, mesmo em culturas perenes, na região oeste paulista. O déficit hídrico é acentuado e se dá por um período prolongado. Este ano por exemplo, em Ilha Solteira, foram 111 dias sem chuvas maiores que 10 milímetros. Segundo o Dr. Fernando Tangerino, nestas condições, somente com o uso da irrigação se pode garantir alta produtividade e qualidade da produção.
Experiências
Para alguns citricultores como Geraldo Pitton, do Sítio São Geraldo, de Aparecida dOeste, com o sistema de microaspersão, suas safras aconteceram mais cedo, o que possibilitou um preço melhor. Pitton diz que conhece produtores de sequeiro que estão vendendo a caixa da laranja por um valor bem mais baixo do que ele tem recebido, essencialmente devido ao fato de que suas frutas irrigadas apresentarem uma melhor qualidade.
Já para Emílio Fortunato Toppan, do Sítio Nossa Senhora Aparecida, de São João das Duas Pontes, que optou pela irrigação por gotejamento em sua lavoura, a qualidade da fruta melhorou e os pés ficaram carregados, o que resultou em maiores lucros.
Toppan lembra que a escolha do sistema de irrigação e a empresa que irá implantá-lo é muito importante para o sucesso da atividade e relata que optou pela empresa IRRIGATERRA, estando muito satisfeito com o trabalho da empresa, pois a mesma atenção dada na fase de elaboração de projetos é proporcionada em relação à assistência técnica ao seu pomar.
Evilásio Trodeli, da Estância Dani e Deni, de Parisi, implantou a irrigação em seu pomar de laranja desde o plantio em 2,6 alqueires. Por enquanto não realizou nenhuma colheita, entretanto, o produtor afirma que quem vai ao pomar, não acredita que os pés só tenham um ano e dois meses de vida. Ele disse que com a estiagem que estamos vivendo, de mais de 80 dias sem chuva, se não tivéssemos irrigado, com certeza teríamos tido deficiência no crescimento dos pés e no futuro a fruta não teria a mesma qualidade.
O produtor Norival Aparecido Porta, do Sítio Santa Albertina, de Itápolis, tem 36 hectares de laranja pêra-rio, dos quais apenas 10 são irrigados há um ano. A expectativa do agricultor é ter bons resultados, uma vez que, os pés já estão carregados e a qualidade da fruta é superior aos dos pés de sequeiro. E afirma que se as colheitas forem satisfatórias, ele pretende irrigar o restante da propriedade.
Diário de Votuporanga, Economia, 10 de outubro de 2004, p. A4