Encontro reúne cerca de 400 pessoas

14/07/1998

Evento proporcionou discussão sobre o sistema de produção das culturas de pupunha e do coco da Bahia.

Cerca de 400 pessoas participaram do II Encontro Técnico sobre a Cultura da Pupunha e Coco da Bahia na Nova Alta Paulista. O evento aconteceu no feriado do dia 9, com palestras de profissionais da área agricola sobre as duas culturas.
Após as discussões técnicas os participantes foram conhecer o sistema de produção de pupunha e coco na fazenda Nossa Senhora Aparecida, onde o proprietário Osvaldo Martucci possui instalação de um sistema de irrigação sofisticado, microaspersão, utilizando em paises do primeiro mundo.
O II Encontro foi promovido pela IRRIGOESTE, Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), UNESP – Ilha Solteira e Fazenda Nossa Senhora Aparecida.
O evento reuniu empresários, agricultores e políticos dos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso, Paraná e Minas Gerais.
Profissionais explicaram como diversificar, melhorar ou ampliar suas áreas de cultivo. Foram abordados aspectos sobre custo de produção, técnicas de plantio, irrigação e o aproveitamento de resíduos das culturas para uso na alimentação animal.
A Professora Maria tarsitano da UNESP de Ilha Solteira explicou que o cultivo na região é altamente viável e de alta lucratividade. Marilene Bovi, do IAC, abordou sobre a implantação e os tratos culturais necessários para o bom desenvolvimento.
O Professor Fernando Braz Tangerino Hernandez, também da UNESP, apresentou aos produtores os resultados de pesquisa na região. Os dados mostram as vantagens de utilizar a irrigação. “A produtividade praticamente dobra, na região não há possibilidade de produzir pupunha sem irrigação”, salientou.

Alta tecnologia reduz tempo de colheita
Há 3 anos e meio, Osvaldo Martucci, 46, decidiu substituir a pastagem de sua propriedade, a Fazenda Nossa Senhora Aparecida em Santa Mercedes (Nova Alta Paulista), por plantações de pupunha e coco da Bahia. No início foram plantados 120 mil pés de palmito em uma área de 10 alqueires. Utilizando um sistema de irrigação de alta tecnologia, Martucci conseguiu aumentar a produção e reduzir de 24 para 16 meses o tempo para colheita. “O trato cultural também foi importante para que a produção se tornasse mais rentável”, salientou.
Cada pé de pupunha, está produzindo 1.1 quilo. “Em duas plantas é possível o aproveitamento de 34 quilos, rendimento equivalente ao palmito e aos resíduos utilizados na alimentação do gado”.
Segundo ele a vantagem de utilizar esse resíduo na alimentação animal é reduzir o tempo normal de engorda, que é de um ano no mínimo, para cerca de 90 dias. A alimentação será complementada com farelo, milho, entre outros.
O palmito após ser extraído poderá ser conservado em sal, água e ácido cítrico durante três anos. “Até o final do ano será implantada uma indústria em Santa Mercedes”, revelou. O produtor também faz planos para ampliar o número de pés de 200 mil, plantados em 60 hectares na Fazenda Nossa Senhora Aparecida, para 300 mil. O investimento varia de US$ 7,5 a US$ 10 mil por hectare, dependendo do nível de irrigação.
O custo será recuperado após três anos. Cada planta possibilita a retirada de duas mudas por ano. Entretanto, no primeiro corte somente uma perfilha. A sofisticação do sistema de Irrigação, que integra a psicicultura e plantio de pupunha e coco, é possível aproveitar nas duas culturas a água proveniente da piscicultura, rica em nutrientes.

Coco – Os 8 mil pés de coco plantados há 2 anos e meio em 20 alqueires na Fazenda Nossa Senhora Aparecida já estão produzindo os primeiros frutos. O clima e a matéria orgânica da água forma fatores favoráveis. A produção média de até 120 cocos em dada pé superou a expectativa do produtor Martucci. Com o resultado positivo ele pretende ampliar a área para produção de coco.

Oeste Notícias, Agroeste, 14 de Julho de 1998, p. 3.7

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